
Líder explica como São Paulo busca reduzir impacto do déficit e alerta: “O fundo não resolve o problema”
São Paulo Enfrenta Crise Financeira: Estratégias para Redução de Custos e Balanço de 2024 com Déficit Quase Bilionário
O São Paulo Futebol Clube encerrou o ano de 2024 com um déficit significativo, agravando a dívida existente e enfrentando uma crise financeira severa. Conforme o balanço financeiro aprovado pelo Conselho Deliberativo em reunião realizada no Morumbi, o clube registrou um déficit de R$ 287 milhões, apesar de ter arrecadado R$ 731 milhões.
Diante desse cenário, o clube busca maneiras de conter a crise, reduzindo despesas e atuando de forma mais estratégica no mercado. Uma das iniciativas foi a criação de um fundo de investimentos com o objetivo de levantar R$ 240 milhões para quitar dívidas financeiras que prejudicavam o fluxo de caixa.
Márcio Carlomagno, superintendente geral do São Paulo, reconheceu em entrevista ao ge que a situação é delicada. Ele discutiu as ações planejadas para enfrentar a crise financeira, as causas do déficit financeiro do ano anterior e as preparações para o futuro.
Confira a entrevista completa com Carlomagno:
Publicidade
ge: Márcio, como a gestão do São Paulo analisa o déficit financeiro e o aumento da dívida registrado no balanço?
— A gestão adotou um novo comprometimento para o triênio, buscando recuperar a imagem vencedora do clube e realizar investimentos, mesmo enfrentando restrições devido à pandemia. O crescimento das receitas foi acompanhado pelo aumento das despesas. Além disso, enfrentamos desafios imprevistos, como lesões de jogadores e novas taxas fiscais.
— No âmbito esportivo, fomos eliminados por times de destaque em competições importantes, o que exigiu reforços no elenco. Apesar disso, começamos 2024 com conquistas, como a Supercopa, mostrando um elenco competitivo.
ge: Quais medidas estão sendo tomadas para controlar o aumento da dívida?
— Iniciamos estratégias para alongar contratos e estabilizar dívidas bancárias. A criação do fundo de investimentos trouxe condições mais favoráveis para negociações futuras, permitindo um fluxo de caixa mais sustentável.

— Com o fundo de investimentos, aprendemos a gerenciar melhor nossos ativos, mantendo uma parte como reserva. Estamos implementando um controle rigoroso para garantir um fluxo de caixa eficiente.
ge: Acredita que 2024 pode ser um ano melhor?
— Estamos empenhados em tornar 2024 positivo. O fundo é apenas um passo. A verdadeira solução está na reestruturação financeira e na gestão eficiente do clube para gerar superávit.
— Nosso objetivo é estabilizar o clube financeiramente, com receitas e projeções de fluxo de caixa sólidas. No futebol, buscamos transferências criativas e eficazes para alcançar melhores resultados.

— O engajamento dos torcedores foi fundamental para as conquistas do clube. Manter essa conexão é essencial para alcançar resultados positivos ao final do ano.
ge: Como a gestão lida com críticas nas redes sociais e o que pode ser aprendido com elas?
— Algumas críticas nos incentivam a reestruturar o clube, trazendo profissionais qualificados e estabelecendo processos mais eficientes para resolver problemas a longo prazo.
ge: Por que o processo de profissionalização e corte de gastos não começou antes?
— A credibilidade conquistada com títulos nos permitiu acessar o mercado de capitais. Agora é o momento de ajustar despesas, um processo complexo, mas necessário para a estabilidade financeira.
ge: A crise está no auge ou já está sendo controlada?
— Conseguimos evitar o pior da crise e já vemos perspectivas de mudança, embora ainda dependamos de vários fatores. Estamos trabalhando para minimizar o impacto de eventos imprevistos.
ge: Internamente, há uma percepção de que tudo está bem?
— Não está tudo bem, mas estamos trabalhando para que fique. O clube é como um grande navio, e mudanças de direção são graduais, mas estamos comprometidos em alcançar um futuro melhor.
Fonte: Globo Esporte



