
Cavalgada Peregrina: Falsidade por Desleixo (#118cro)
Por Catedral de Luz
11/04/2025

Ao final de diversas discussões, muitas vezes recorremos a frases feitas, especialmente quando os argumentos se esgotam. Um exemplo que não é o foco deste texto: “Palmeiras não tem Mundial!”.
Quantas vezes já escutou que “arena ou estádio de futebol não é teatro”? Este é um mantra repetido pelos frequentadores dos jogos, pois se alinha com seus interesses.
Concordo com tal afirmação. Afinal, dinheiro não cresce em árvores e os preços já não são populares. Concorda comigo?
No entanto, vamos refletir: Se futebol não acontece em teatros, jogadores não são artistas e espectadores – ou torcedores, mais precisamente – não são plateia, então futebol não é um espetáculo.
Na essência mais pura, uma arena onde se joga futebol remete ao Coliseu da Roma Antiga, onde os atletas são gladiadores em batalhas pela sobrevivência. Vencer ou perder não se limita ao sucesso e ao respeito dos torcedores. O destino do jogador pode ser decidido pelo polegar erguido ou não, que determina se ele permanece ou é relegado ao esquecimento.
Sendo assim, por que exigir perfeição dos jogadores se eles não têm escolha? Como qualquer ser humano, os atletas expressam sentimentos e respondem às críticas – que muitas vezes são ofensas – e os torcedores acabam se sentindo desrespeitados. Dizem que “aos amigos a justiça, aos inimigos a lei”. É assim que funciona?
Richard Rios não foi “politicamente correto” e respondeu a declarações nas redes sociais, feitas por pessoas que não se importam se ele enfrenta problemas pessoais, mas que se lembram do salário que ele recebe, esquecendo que ele é um ser humano em campo.
Apontar o dedo é fácil, basta um simples movimento do polegar. Afinal, futebol não é teatro.
O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na agitada década de 60 e formou seus valores nas décadas de 70 e 80, influenciado por Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História. Amizades, esposa e filha também marcaram sua vida. Nos anos 90, ele aprendeu atalhos, e no novo século, recuperou a lira e a poesia perdidas.